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Bandeiras Tarifárias: o que são, como funcionam [Guia Completo]

Atualizado: 7 de set. de 2022



Você já deve ter notado que o valor da conta de luz oscila de um mês para o outro, mesmo que o consumo de energia elétrica de sua família seja quase o mesmo. Isso acontece, por causa do sistema de bandeiras tarifárias.

As bandeiras tarifárias servem para balancear os custos que as distribuidoras de energia têm para produzir eletricidade com o valor repassado ao consumidor residencial. Quer saber mais sobre o assunto? Continue a leitura e esclareça as suas dúvidas.

Quais são as bandeiras tarifárias?

Podemos dizer que as bandeiras tarifárias são unidades de medida utilizadas para equilibrar os custos de aquisição e repasse de energia elétrica. Outra função das bandeiras tarifárias é conscientizar a população sobre a necessidade de consumo sustentável.

O sistema foi implementado em 2015 e nesses últimos sete anos, o consumidor residencial obteve mais transparência das companhias distribuidoras de energia, pois com as bandeiras verde, amarela ou vermelha, você sabe exatamente se a energia será menos ou mais cara do que no mês anterior.

Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias?

O sistema de bandeira tarifária determina as faixas de cobrança de valores para custear a energia proveniente de outras fontes, limpas ou não limpas, como as usinas termelétricas, por exemplo.

Quando o valor da conta de luz sobe, consequentemente, as pessoas começam a economizar este recurso, o que não apenas ajuda a diminuir o valor cobrado no mês seguinte, quanto favorece a preservação do Planeta.

Para localizar qual bandeira está sendo aplicada em sua conta de luz, busque pelo campo de descrição detalhada e localize qual é a bandeira vigente, que pode ser verde, amarela ou vermelha, nos patamares 1 ou 2.

Também é preciso verificar se está sendo aplicada a bandeira de escassez hídrica, que prejudicou o bolso do consumidor brasileiro até abril deste ano, pois acrescentou uma taxa de R$14,20 a cada 100 kWh consumidos.

Quais são as bandeiras de energia elétrica?

Está curioso para saber o que significa cada cor das bandeiras tarifárias e quanto elas custam?

Bandeira verde indica que as condições para geração de energia elétrica estão favoráveis, ou seja, as hidrelétricas estão sendo capazes de suprir toda a demanda de energia da população.

Bandeira amarela mostra que as condições de geração de energia estão menos favoráveis.

Bandeira vermelha - Patamar 1 indica que as condições para a geração de energia estão desfavoráveis.

Bandeira vermelha - Patamar 2 representa as condições mais custosas para a geração de energia elétrica.

É comum que quando os níveis dos reservatórios de águas das hidrelétricas estão mais baixos, seja incluída a bandeira vermelha em sua conta de luz. Em casos como este, a tarifa será aumentada, pois será preciso recorrer a energia gerada nas termelétricas, que é mais cara – e poluente - do que a energia hídrica.


Mas como a bandeira tarifária é calculada?

Para calcular o custo da bandeira tarifária, são levados em consideração o Custo Marginal de Operação (CMO) e o Encargo de Serviço de Sistema por Segurança Energética (ESS) de cada subsistema presente no Brasil.

Os cálculos são realizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico que indica que será preciso utilizar energia proveniente das usinas termelétricas, e a Aneel determina qual será a bandeira tarifária aplicada à conta no mês seguinte.

Por que a Aneel aprovou um aumento do valor das bandeiras tarifárias?

Recentemente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou um aumento de até 63.7% nos valores das bandeiras tarifárias aplicadas à conta de luz dos brasileiros.

Isso acontece em um momento de crise financeira e recessão, então a notícia causou certa insatisfação entre a população. Mas a decisão parte de uma necessidade em balancear os custos da produção de energia no Brasil.

Entenda qual o percentual de aumento no valor de cada bandeira tarifária que serão válidas para o período de 2022-2023:

  • Bandeira verde: não é aplicado qualquer aumento.

  • Bandeira amarela: terá aumento de 59,5%, ou seja, de R$1,87 cobrado pelo consumo de 100 kWh, o preço subirá para R$2,98 pela mesma quantidade.

  • Bandeira vermelha patamar 1: terá uma alta de 63.7% e o preço cobrado por cada 100 kWh sairá de R$3,97 para R$6,50.

  • Bandeira vermelha patamar 2: embora essa seja a bandeira tarifária mais cara, o aumento será de apenas 3,2%, ou seja, a cada 100 kWh consumidos o consumidor deixará de pagar R$9,49 para pagar R$9,79.

Um argumento que foi usado para justificar o aumento nas bandeiras tarifárias é que mesmo que o percentual assuste, os valores ainda estarão abaixo do cobrado pela bandeira de escassez hídrica, que foi aplicada entre o período de abril de 2021 a abril de 2022, para custeio de energia e diante da escassez hídrica em nosso país.


Fonte: Canva.com


Quanto está custando o kWh 2022?

Quilowatt-hora ou kWh é uma unidade de medida utilizada para estabelecer um padrão médio de consumo elétrico. Já publicamos um texto em que explicamos exatamente o que é, como funciona e como calcular o kWh.

De uma maneira bastante resumida, os principais aspectos que você deve ter conhecimento sobre:

  • kWh estabelece o volume de energia consumido por um aparelho em um período de 60 minutos.

  • 1 kWh equivale ao consumo de 1000 Watts.

  • Para calcular o consumo médio de um aparelho elétrico, você precisa analisar a tabela oferecida pelo próprio fabricante, que indica dados como consumo em uma hora e gasto mensal médio.

Já o valor do kWh produzido por uma usina hidrelétrica ou qualquer outro modal que compõe a matriz energética brasileira dependerá da cidade e estado onde você mora.

Segundo dados publicados no portal da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), as tarifas cobradas a cada kWh consumido são as seguintes, seguindo uma ordem crescente:

  • Macapá (AP): Tarifa de 0,505 kWh

  • Florianópolis (SC): Tarifa de 0,532 kWh

  • Porto Velho (RO): Tarifa de 0,546 kWh

  • Curitiba (PR): Tarifa de 0,559 kWh

  • Natal (RN):Tarifa de 0,559 kWh

  • Brasília (DF): Tarifa de 0,575 kWh

  • Boa Vista (RR): Tarifa de 0,580 kWh

  • Aracaju (SE): Tarifa de 0,580 kWh

  • Fortaleza (CE): Tarifa de 0,589 kWh

  • São Paulo (SP): Tarifa de 0,594 kWh

  • Vitória (ES): Tarifa de 0,611 kWh

  • Belo Horizonte (MG): Tarifa de 0,618 kWh

  • João Pessoa (PB): Tarifa de 0,619 kWh

  • Recife (PE): Tarifa de 0,619 kWh

  • Salvador (BA): Tarifa de 0,620 kWh

  • Maceió (AL): Tarifa de 0,626 kWh

  • Teresina (PI): Tarifa de 0,628 kWh

  • Porto Alegre (RS): Tarifa de 0,630 kWh

  • Goiânia (GO): Tarifa de 0,637 kWh

  • Rio Branco (AC): Tarifa de 0,640 kWh

  • São Luís (MA): Tarifa de 0,642 kWh

  • Palmas (TO): Tarifa de 0,668 kWh

  • Rio de Janeiro (RJ): tarifa de 0,694 kWh

  • Cuiabá (MT): tarifa de 0,694 kWh

  • Belém (PA): tarifa de 0,766 kWh

  • Manaus (AM): tarifa de 0.804 kWh

Também é preciso distinguir a tarifa de energia elétrica, ou seja, o valor cobrado pela prestação de serviços como geração, transmissão e distribuição de energia e o preço em sua conta de luz que considera os serviços mencionamos acima.

Outros encargos embutidos são a tarifa por kWh, a bandeira tarifária e os impostos como ICMS, COFINS e PIS.

Está confuso com tantos termos técnicos? Leia o artigo Entenda a sua conta de luz: aprenda e interpretar os termos técnicos. Embora tenhamos utilizado uma conta de luz da Light, companhia distribuidora de energia no Estado do Rio de Janeiro, as informações podem ser aplicadas para qualquer outra conta de luz, não importa se a energia é fornecida pela Enel em São Paulo ou a Cemig em Minas Gerais, por exemplo.

O que é a Tarifa Social?

Provavelmente você já ouviu falar sobre a Tarifa Social, uma iniciativa do Governo Federal em diminuir o custo da energia elétrica paga para famílias de baixa renda, idosos e pessoas com deficiência.

O desconto na conta de luz varia de 10% a 65% dependendo da faixa de consumo, que é limitado a 220 kWh.

Atualmente, 12.4 milhões de pessoas são beneficiadas pelo programa de Tarifa Social, mas outras 11.3 milhões têm direito ao benefício, embora ainda não o utilizem, segundo dados do Governo.

Outro aspecto importante é que a bandeira de escassez hídrica não é aplicada à conta de luz das pessoas que são beneficiárias deste programa.


Fonte: Canva.com


Como economizar na energia independente da bandeira?

A mudança de hábitos é um dos principais fatores que contribuem com a economia de energia elétrica, independente da bandeira que está sendo aplicada à sua conta de luz.

Já publicamos diversos conteúdos voltados para a economia doméstica e essas são as nossas recomendações principais:

  1. Pague a conta de luz sempre em dia;

  2. Aproveite a iluminação natural de sua casa;

  3. Escolha tons claros para as paredes;

  4. Troque lâmpadas incandescentes e fluorescentes por lâmpadas de LED;

  5. Diminua o tempo no banho;

  6. Cuidado com a troca de calor entre o refrigerador e o ambiente;

  7. Confira a borracha de vedação de sua geladeira;

  8. Mantenha a geladeira sempre limpa;

  9. Diminua o uso do ferro de passar roupas;

  10. Preste atenção ao modo Stand-by;

  11. Troque eletrodomésticos antigos por modelos mais modernos;

  12. Economize ao usar a lavadora e secadora;

  13. Entenda qual é a fuga de energia em sua casa;

  14. Remova todos os aparelhos eletrônicos da tomada;

  15. Invista em um sistema de aquecimento solar;

  16. Instale sensores e temporizadores;

  17. Controle a temperatura interna de sua casa;

  18. Não durma com a televisão ligada;

  19. Convide toda a família a colaborar com a economia de energia;

  20. Invista na Geração Distribuída de Energia Elétrica.

O que é geração distribuída de energia?

Quem não quer depender das alterações mensais nas bandeiras tarifárias aplicadas pela Aneel precisa se tornar parte do chamado “mercado livre de energia”.

Com a Geração Distribuída de Energia, por exemplo, você pode se tornar um pequeno produtor de eletricidade, proveniente de fontes renováveis, como a energia solar. O que não for consumido em sua casa é depositado no sistema de energia de sua cidade e convertido em créditos de energia.

A variação de custo em kWh gerado pelo seu sistema de captação de energia solar passa a ter o mesmo valor da tarifa cobrada a cada mês, ou seja, pode subir ou descer de valor.

Mas quem não quer investir, realizar obras ou investir na aquisição e manutenção de placas solares por 30 anos, tem uma alternativa: a Reverde.

A Reverde possui a própria fazenda solar e tem parceria com outras usinas produtoras de energia limpa, geramos a energia e a depositamos no sistema de distribuição de energia do Rio de Janeiro, deste modo são gerados créditos de energia à conta de luz de uma pessoa que decide fazer parte do programa.

Afinal, como driblar o aumento do valor cobrado nas bandeiras tarifárias?

Economizar conta de luz, de um modo geral, está relacionada a fatores internos e externos, ou seja, a maneira como você consome energia, os valores e tarifas associados ao custo de energia e se você está disposto a investir em geração distribuída de energia.

Apenas a união desses fatores resulta em uma real economia em sua conta de luz. É preciso fazer escolhas conscientes e apoiar iniciativas que promovem a geração de energia limpa, como a proposta pela Reverde.

Para saber como economizar até 15% em sua conta de luz todos os meses, sem investimento em placas solares, mudanças na infraestrutura de sua casa e dores de cabeça, procure a Reverde.


Fonte da imagem principal: Canva.com

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